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Insígnia de Madeira surge no Movimento Escutista pelas mãos do próprio
Baden-Powell, associada ao primeiro curso de formação de Dirigentes,
realizado em Gilwell Park em 1919. Originalmente, era constituída por um
atilho de couro (amuleto de felicidade) e por algumas contas de
madeira passadas pelo fogo, retiradas
do colar de Dinizulu, oferecido pelo próprio a B.-P., símbolo de
realeza e do fogo original dos antepassados da tribo, passado de geração
em geração como emblema do seu domínio e do conhecimento partilhado
entre gerações.
Posteriormente,
passou a associar-se a esta "insígnia de madeira" um lenço escutista,
de cor rosa-acinzentado e com um pequeno rectângulo de pano com o
padrão do tartan dos Maclaren aposto no vértice. Este lenço era,
originalmente, um "lenço de Grupo", o do Grupo n.º 1 – Gilwell Park mas a
partir
de 1924 o seu uso foi restrito aos portadores da Insígnia de Madeira. A
anilha, em couro e com o nó "cabeça de turco" ou "de turbante", foi
criada em 1920, como complemento óbvio do Lenço de Gilwell. No entanto,
desde o início (e de forma oficial de 1943 a 1989) foi dada como
símbolo a quem completasse a Formação Básica em Gilwell (equivalente ao
nosso CIP) e ainda hoje pode ser usada com o lenço de Dirigente.
SIMBOLISMO
Actualmente, as duas peças da Insígnia – colar e lenço de Gilwell – mantêm um simbolismo rico e muito próximo do original.
O colar
simboliza a partilha do dever e de conhecimentos entre as sucessivas
gerações de Dirigentes, a transmissão do "fogo original" herdado de
Baden-Powell. Na sua singeleza, é símbolo do desprezo pelas riquezas
materiais e exemplo da forma como em pequenos nadas podemos encerrar as
verdadeiras riquezas da humanidade. É ainda símbolo da nossa casa, a
Natureza. O nosso orgulho não são medalhas nem diplomas, mas sim um
bocado de madeira.
O
lenço simboliza a nossa pertença simbólica a Gilwell, lembra-nos o
nosso compromisso de fraternidade mundial e torna-nos a todos igualmente
dirigentes de um mesmo ideal. Somos todos do mesmo Grupo.
COLARES DE GILWELL
Em todo o
mundo, salvo raras excepções, só existem colares de duas, três ou
quatro contas. Em todo o mundo simbolizam que o seu portador fez
formação específica como dirigente escutista. No entanto, o tipo de
formação a que cada um corresponde e as condições para o seu uso são
diferentes de país para país, em casos extremos divergem mesmo de
associação para associação dentro do mesmo país.
No CNE, o significado dos colares será o seguinte:
Colar de duas contas
– a ser usado por todos os Dirigentes qualificados em formação
específica dirigida àqueles que têm por missão a chefia das unidades em
que se integram os jovens ou dirigida àqueles que têm por missão a
dinamização e a coordenação dos Dirigentes e a animação local de um
Agrupamento escutista.
Colar de três contas – a ser usado por todos os Dirigentes qualificados em formação específica que os habilitem como Formadores de adultos.
Colar de quatro contas
– a ser usado por todos os Dirigentes qualificados em formação
específica para o planeamento, construção, gestão e avaliação da
Formação.
2 contas |
3 contas |
4 contas |
ATRIBUIÇÃO DO COLAR
A atribuição de
um Colar de Gilwell e do direito a usar o Lenço de Gilwell deve sempre
ser feita em ocasião solene, testemunhada pelos demais Dirigentes da
área onde exercerá as suas funções. Aconselha-se a sua entrega em
Conselho de Núcleo, Regional ou Nacional.
Têm o direito a
usar a Insígnia de Madeira com o Colar de duas contas os Dirigentes
que sejam qualificados com o C.A.P. ou o C.A.L. e exerçam,
respectivamente, funções na Equipa de Animação da Unidade para a qual
fez formação ou na Direcção do Agrupamento.
Têm o direito a
usar a Insígnia de Madeira com o Colar de três contas os Dirigentes
que sejam qualificados com o C.A.F. ou obtenham a equivalência ao mesmo
e exerçam a função de Formador integrados numa equipa ou Departamento
de Formação.
Têm o direito a
usar a Insígnia de Madeira com o Colar de quatro contas os Dirigentes
que sejam qualificados com o C.D.F. e exerçam a função de Formador
integrados numa equipa ou Departamento de Formação ou num órgão
executivo.
A propriedade da
Insígnia de Madeira é da pessoa a quem é concedida. Todavia, o direito
ao seu uso cessa quando cessam as condições que determinaram a sua
atribuição.
Quem tiver o direito a usar mais de um Colar usará apenas o de mais contas.
USO DA INSÍGNIA DE MADEIRA
O uso do Colar e
da anilha são apropriados em todas as circunstâncias em que o seu
portador se apresente em uniforme regulamentar.
O Lenço de Gilwell deve ser usado exclusivamente:
a) em acções de Formação de Dirigentes, sejam cursos, encontros, jornadas, reuniões ou outros;
b) em
actividades da Formação ou ligadas à Formação em sentido amplo:
encontros informais de Formadores, Feiras de Formação, acções de
representação ou divulgação da Formação, encontros de formandos, etc.
Em caso algum
se deve usar qualquer peça da Insígnia de Madeira com o uniforme
protocolar previsto no Art.º 7º do Regulamento dos Uniformes,
Distintivos e Bandeiras.
AQUISIÇÃO DA INSÍGNIA DE MADEIRA
As peças
constituintes da Insígnia de Madeira são conforme o previsto no Art.º
13º e no Anexo 2 do Regulamento dos Uniformes, Distintivos e Bandeiras.
A sua produção
será garantida pelo D.M.F., que as cederá apenas mediante apresentação
de autorização escrita emitida pelo Departamento Nacional de Formação.
Junto com cada
Colar será entregue uma pequena brochura com a história da Insígnia de
Madeira, seu simbolismo, seu uso correcto, este Código e outras
informações que se julguem de interesse para o seu portador.
Fotografia do 1º Curso de Insígnia de Madeira, em Gilwell Park, 8-19 Setembro 1919
Blog: julinhoescoteiro46gelan.blogspot.com/
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