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No
último Encontro de Gilwell aqui no Paraná, tivemos uma reflexão
interessante sobre o papel deste seleto grupo. Na ocasião, foi
apresentado pelo camarada Nelson Hey o "Código de Gilwell",
No último Encontro de Gilwell aqui no
Paraná, tivemos uma reflexão interessante sobre o papel deste seleto
grupo. Na ocasião, foi apresentado pelo camarada Nelson Hey o “Código de
Gilwell”, desenvolvido por John Thurman, o qual compartilho com vocês:
Estas linhas se referem, fundamentalmente, às relações que devem
existir entre os formadores e os participantes nos cursos. Os pontos não
estão por ordem de importância, todos eles são importantes e tem em si o
mesmo valor.
-I-
Oferecer uma verdadeira “AMIZADE” a todos os
dirigentes que vem adestrar-se. Nós vamos passar para eles a experiência
que temos acumulada ao longo de nossa vida escoteira. A amizade é
também confiança, é acreditar que são tão capazes como nós mesmos; e
encontraremos muitos que serão mais capazes do que nós. Qualquer
processo de ensinamento, a aprendizagem fica mais fácil onde existe um
clima de amizade.
-II-
Devemos oferecer “COMPREENSÃO” aos seus problemas e
necessidades, suas carências e limitações, devemos lembrar sempre que se
vem no curso é porque querem aprender, já que não sabem tudo, porém,
desejam saber. Nossos dirigentes são uma mostra de nossa sociedade.
Haverá alguns que obtiveram êxito em sua carreira e demonstraram sua
capacidade em diversos campos, mas sobretudo guiando aos demais. Haverá
outros que não tenham tido formação profissional porém abriram seus
caminhos devido a sua constância e a sua tenacidade. Outras pessoas
podem ter fracassado na maioria das empreitas que tenham empreendido, e
estes podem ser ricos ou pobres, profissionais ou artesãos, patrões ou
empregados.
Nós adestramos pessoas, cada uma é diferente das demais e nossa
missão é fazer crescer e desenvolver dentro de sua própria personalidade
individual para que possam servir aos jovens. Não procuremos cortar-los
com as mesmas tesouras, cada um é diferente do outro. Se temos nozes
não esperamos que no final do curso tenhamos maçãs; não teremos maçãs
lindas e brilhantes mas ao fim teremos boas nozes.
-III-
O ‘EXEMPLO” é muito importante, e é necessário
vivenciar o que pretendemos ensinar aos outros. Se acreditamos em
escotismo, vamos vivenciá-lo e assim ensinaremos não somente com
palavras e sim com ações, atitudes, forma de atuar , entre outros. Ou
seja, ensinaremos com o exemplo. As palavras são levadas pelo vento. Se
queremos ter, viva a promessa, vamos vivenciá-la primeiro; se queremos
que a irmandade escoteira seja um feito, vamos praticá-la primeiro, não
digamos uma coisa e façamos outra.
-IV-
Devemos ser “EFICIENTES”, isto não quer dizer que
tenhamos que saber tudo, senão o que quer que seja que façamos devemos
faze-lo adequadamente. É preferível dizer “não sei” do que pretender
falar ou opinar sobre o que não sabemos, e que os participantes saiam do
curso com idéias equivocadas.
-V-
Temos que estar “ATUALIZADOS” em nossos
conhecimentos. O Escotismo é um movimento e um movimento está sempre
mudando; devemos conhecer o que saiu por último em matéria de programa,
as últimas adaptações na estrutura, entre outros detalhes. Não se trata
de ver o que é melhor: o de ontem e o de hoje, devemos estar em dia,
atualizando-nos através de leituras, diálogos e retrospectivas dos
cursos. Não estamos dispostos somente a dar senão também a receber.
-VI-
Os participantes dos cursos são “ADULTOS” e temos
que trata-los como tal sempre. Talvez tenhamos que exemplificar algo e
lhes pedimos que hajam como lobos ou como…! mas ali consideramos que são
adultos atuando como se fossem lobos.
-VII-
Devemos ser “POSITIVOS”. Em um curso não devemos questionar o que
tenha sido conversado; um curso é isso, não uma conferencia, que o
valido é buscar se atualizar, isso não existente. Temos que deixar os
critérios bem claros.
-VIII-
Devemos ser “ENTUSIASTAS”. Pois o entusiasmo de
muitos dirigentes se espalha por todo o Escotismo. Tudo se pode perdoar
em um escotista formador, menos a falta de entusiasmo, pois quem não
tem, transmitirá o pessimismo e muitos antivalores.
-IX-
Devemos ser “LEAIS.” Devemos ser leais com quem
trabalhamos, leais para com nosso movimento, leais para com a política a
seguir em um dado momento; qualquer palavra contra a lealdade deve ser
um verdadeiro escândalo com os participantes dos nossos cursos. O
formador em seus cursos ou em qualquer outro evento de adestramento não é
quem deve questionar a política, a administração, a organização ou as
pessoas. O nosso trabalho como formador é dar suporte, ajudar e apoiar.
-X-
Temos que ter “SENSO DE HUMOR”. O adestramento para
ser efetivo, deve ser agradável, temos que eliminar o que nos está
chateando, por isso um formador deve saber superar os momentos difíceis
que amargam a sua vida. O sentido do humor nos fará rir de nós mesmos e
das dificuldades. Nos fará apresentar o adestramento em um ambiente
agradável.
-XI-
“ESFORÇO” é uma palavra que devemos ter sempre na
mente. Esforço para superar cada dia, esforço para dar tudo de forma
afetiva, esforço para conhecer cada participante e formá-lo, de tal
forma que em adestramento responda as suas necessidades, esforço para se
tornar o melhor, e não contentar-se com pouco, esforço para chegar ao
cume e não contentar-se com o vale.
-XII-
A “TRADIÇÃO” de um bom servidor, é um bom mestre, é
um bom guia. O adestramento é o guardião das tradições, mais esta deve
ser ferramenta do escotismo e não seu empecilho. A tradição é o passado
que nos impulsiona a servir melhor, a superar-nos, a atualizar-nos. A
tradição não deve ser um empecilho, “porque antes se fazia assim” a base
para o trabalho com o espírito de ontem ou de hoje é como ela nos pode
ajudar hoje, ou melhor no futuro.
Essa é uma reflexão sobre alguns pontos que podem nos ajudar a
superar dificuldades como formadores, se o tivermos sempre na mente, a
cada dia e sobre tudo quando atuarmos como formadores.